DO UOL
Cerca de 2 milhões de pessoas foram às ruas para protestar contra
o governo federal e contra a corrupção neste domingo (15) em todos os Estados
do país, além do Distrito Federal, segundo cálculos da Polícia Militar de cada
Estado. Houve registro de incidentes em São Paulo e Brasília.
No começo da noite, o governo escalou os ministros José Eduardo
Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) para
comentarem os atos. Cardozo disse que o Brasil está longe do golpismo e
prometeu lançar nos próximos dias medidas de combate à corrupção e à
impunidade.
Durante o pronunciamento, foram registrados novos panelaços em São
Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte.
São Paulo foi o Estado com o maior número de participantes apesar
de divergências. A PM informou que 1 milhão de pessoas se reuniram na região da
avenida Paulista, no centro da capital paulista. Segundo o Datafolha, porém,
foram 210 mil manifestantes. Se a soma de manifestantes pelo Brasil usar a
contagem do Datafolha em São Paulo, e a das PMs locais nos demais palcos de
protestos, o número de participantes cai para 1 milhão.
Em Ribeirão Preto (SP), 40 mil pessoas saíram às ruas. Em
Campinas, foram dois atos: 10 mil e 25 mil.
Durante o ato na avenida Paulista, cerca de 20 manifestantes de um
grupo denominado "Carecas do Subúrbio", conforme escrito em suas
camisetas, foram detidos. Com eles, foram encontrados rojões, bombas caseiras e
soco inglês. Em Jundiaí (a 57 km de São Paulo) , a sede do Partido dos
Trabalhadores (PT) foi incendiada no início da tarde.
No Paraná, cerca de 80 mil pessoas protestaram no centro de
Curitiba. Em Londrina, o ato reuniu entre 35 e 40 mil pessoas.
Em Brasília, o protesto ocupou o Eixo Monumental, com cerca de 45
mil pessoas. Após o ato, houve confronto entre um pequeno grupo de
manifestantes e a Polícia Militar em frente ao Congresso Nacional. Ao menos uma
mulher ficou ferida e três pessoas foram detidas pela polícia. O grupo, segundo
a PM, tentou se aproximar do Palácio do Planalto, cujo acesso ficou bloqueado
durante todo o domingo.
No Rio de Janeiro, o comando da PM se recusou a fazer uma estimativa
oficial de público. Inicialmente, chegou-se a divulgar que 15 mil pessoas
ocuparam a faixa de areia e a pista da orla de Copacabana e caminharam em
direção ao Leme. Em uníssono, eles gritam frases como "Fora Dilma",
"o PT roubou" e "a nossa bandeira jamais será vermelha". Em
Vitória (ES), 100 mil protestaram.
Na praça da Liberdade, em Belo Horizonte, 30 mil pessoas lotaram o
local. Muitas usavam camisetas da seleção brasileira, enquanto outras pintaram
os rostos em verde e amarelo e usavam apitos. Em Uberlândia, 15 mil foram às
ruas.
Em Florianópolis, o protesto chegou a reunir 30 mil pessoas, mas a
chuva forte espantou parte dos manifestantes. Ainda em Santa Catarina,
Balneário Camboriú e Blumenau registraram 40 mil cada uma.
Em Porto Alegre, a Polícia Militar estimou que cerca de 100 mil
pessoas participavam do protesto. Em Santa Maria, na região central do Rio
Grande do Sul, foram 10 mil pessoas. Outras 60 mil pessoas saíram às ruas em
Caxias do Sul. Segundo a Brigada Militar, foram 216 mil em todo o Estado.
Em Goiás, cerca de 60 mil pessoas participaram do protesto em
Goiânia. A concentração começou na praça Tamandaré e seguiu a avenida 85. Em
Cuiabá (MT), foram 20 mil, mesmo número de Campo Grande (MS).
Em Salvador, os manifestantes marcaram encontro no Farol da Barra,
onde 4.000 pessoas participaram do protesto pacífico. Boa parte usava cartazes
para demonstrar a insatisfação com os rumos políticos do país.
No Recife, os manifestantes saíram em passeata pela avenida Boa
Viagem. O clima só esquentou quando algumas pessoas pediam uma intervenção
militar, mas não foram bem recebidas. Segundo a PM, cerca de 8.000 pessoas
estavam presentes na manifestação.
Em Fortaleza, cerca de 6.000 pessoas participaram do protesto na
praça Portugal. O ato foi pacífico e contou com a presença de muitas crianças.
Manifestantes também usaram bicicletas.
Ao menos 3.500 manifestantes participaram de ato na avenida
Marechal Castelo Branco, na zona central de Teresina. Em Natal, 12 mil foram às
ruas. Já em João Pessoa (PB), foram 4.000.
Em Manaus, cerca de 22 mil pessoas participaram do ato contra a
presidente na praça Congresso. Os líderes do movimento recolheram assinaturas
para enviar aos legislativos cobrando o impeachment.
Em Belém, 50 mil pessoas fizeram caminhada pelas principais ruas
da cidade. Os manifestantes também pediram redução do preço da gasolina, fim do
"calote no Fies", além de expressarem agradecimentos a Sergio Moro,
juiz federal responsável pelos processos da Operação Lava Jato. Em Palmas (TO),
10 mil protestaram.
Em Maceió, o protesto reuniu 10 mil no corredor Vera Arruda, na
praia de Jatiúca. No local havia faixas com os dizeres "SOS
Militares", defendendo uma nova intervenção armada no país e dizendo que
os militares "são os únicos que podem fazer a verdadeira reforma
política."
Em São Luís, cerca de 3.000 pessoas se concentraram na avenida
Litorânea e fizeram um percurso de 6 km. Em Aracaju, a manifestação ocorreu nos
Arcos da Orla com 950 pessoas.
Macapá (AP) registrou 1.500 pessoas, Boa Vista (RR), 2.500, Rio
Branco (AC), 5.000, e Porto Velho (RO), 2.500.
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