DOUGLAS TRIELLI
O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo
Taques, responsável, junto com o governador Pedro Taques (PDT), pela validade
das contratações do Governo, afirmou que também usa “critérios subjetivos” nas
nomeações do Palácio Paiaguás.
A declaração é em resposta às críticas de que
o governador não estaria respeitando o decreto número 5, que aplica os
requisitos da Lei da Ficha Limpa em todos os cargos do Poder Executivo.
Entre as contratações polêmicas está a do
pregoeiro Edson Monfort de Albuquerque, acusado de fraudar pregão realizado
pela Secretaria de Estado da Administração (SAD).
“Essa pessoa [Edson Monfort] é investigada.
Quando uma pessoa é investigada, do ponto de vista legal, não pode ser impedida
de ser contratada, ela ainda não é ficha suja, é ficha limpa. Nós temos nossos
critérios subjetivos e morais para que possamos analisar uma contratação como
esta”, afirmou Paulo Taques ao MidiaNews.
"Quando uma pessoa é investigada, do
ponto de vista legal, não pode ser impedida de ser contratada, ela ainda não é
ficha suja, é ficha limpa. Nós temos nossos critérios subjetivos e morais para
que possamos analisar uma contratação como esta" De acordo com o chefe da
Casa Civil, casos como o de Monfort são analisados pela secretária Adriana
Vandoni (PDT), antes de qualquer nomeação.
“No caso de a pessoa responder a uma ação ou
ser investigada, nós encaminhados ao Gabinete de Combate a Corrupção e
Transparência, para que seja feita uma análise, sobre se isso pode se tornar um
fator impeditivo para a nomeação”, disse.
“Em alguns casos, entendemos que eram fatores
impeditivos, e não nomeamos. Outros, como o do Edson Monfort, entendemos que
são casos que não impedem a pessoa de exercer uma função no Governo, porque
elas ainda estão sendo investigadas e aqueles elementos, em tese, não comprovam
a sua culpabilidade”, afirmou.
No entanto, segundo Paulo Taques, antes de
assinar qualquer nomeação, o histórico de todos os funcionários é conhecido.
“Conhecemos o histórico de todos, sem
exceção. Porque as nomeações são assinadas por mim e pelo governador. Então,
sabemos quem estamos contratando”, disse.
Casos
polêmicos
Na última semana, Taques nomeou duas pessoas
que respondem a processos na Justiça para a Secretaria de Estado de Cidades
(Secid).
O primeiro foi Edson Monfort de Albuquerque,
que assumirá a função de pregoeiro, nível DGA-6, da Secid.
Monfort também foi leiloeiro na gestão dos
ex-governadores Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB).
Ele é acusado de fraudar o pregão nº
005/2007, realizado pela Secretaria de Estado da Administração (SAD), que
contratou a empresa Braserv Locações e Serviços Ltda. para prestar serviços na
Secretaria de Estado da Justiça (SEJUSP).
O segundo é o engenheiro civil Sebastião
Mariano Costa Pereira, que trabalhou nas empreiteiras Engeglobal Construções
Ltda e Trimec construções e terraplenagem Ltda, e foi nomeado como secretário-adjunto
de Obras, da Secid.
Em 2005, Sebastião chegou a ser preso por
levar adiante uma obra de grande porte em Área de Preservação Permanente (APP),
no bairro Recanto dos Pássaros, em Cuiabá. À época, ele era funcionário da
empresa de construção civil Concremax, localizada em Cuiabá.
Já o início de fevereiro, o engenheiro Marcos
Catalano, ex-funcionário da empreiteira Delta Construções e citado no relatório
da Comissão Parlamentar de Inquérito mista do Carlinhos Cachoeira, foi nomeado
secretário-adjunto de Engenharia, da Silog.
Outro caso apontado é a do secretário de
Cidades, Eduardo Cairo Chilleto, e da secretária-adjunta de Estado de Relações
Públicas, Julyene Paola Reis, suspeitos de má aplicação dos recursos públicos
destinados à execução de projetos culturais.
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