Vereadores de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, foram presos na manhã desta terça-feira (24) durante uma
operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). De acordo com a Polícia
Militar (PM), que participa da ação, seis parlamentares foram detidos, sendo
três presos e três conduzidos para depoimento. Também foram cumpridos mandados
de busca e apreensão nas casas e nos gabinetes dos políticos.
De acordo com a promotora de Justiça Paula Lino, os vereadores
pediram propinas em um total de R$ 1,2 milhão para aprovar projetos ligados a
setores diverso. Seis empresas chegaram a receber o pedido do pagamento e
colaboram com as investigações. Esses pagamentos irregulares não foram
confirmados. A promotora informou que as investigações, iniciadas em dezembro,
partiram da denúncia anônima.
“O pouco que a gente pode relatar, seria um esquema de solicitação
de propina por parte de membros do poder Legislativo de São Joaquim de Bicas a
empresários. Tinhan alguns projetos de lei que tramitavam na Câmara que eram de
interesse deles a aprovação. (…) Nós não temos um número preciso, mas temos
notícia de aprovação [de projeto de lei]”, disse. Segundo ela, no esquema, os
vereadores cobravam propina, por exemplo, para fazer mudanças no plano diretor
da cidade, alterando o tipo de zoneamento de uma área de rural para urbano.
Ainda segundo a promotora, não há indícios de envolvimento do
Poder Executivo no esquema revelado nesta terça-feira.
Entre os políticos detidos está o presidente da Casa, o vereador
Carlos Alberto Braga (PSB), conhecido como “Carlinhos da Funerária”. Ele foi
preso sob vaias de moradores da cidade que acompanhavam a operação nesta manhã.
Dentro da casa do presidente do Legislativo, segundo a polícia, foi encontrado
um revólver calibre 22. Aos militares, o vereador disse que havia encontrado a
arma.
Além de Carlinhos, também foram detidos, segundo a Polícia
Militar, os vereadores Marcos Aender dos Reis (PT), o “Marcão”; e Tarcisio
Alves de Resende (PMDB), o “Nenem da Horta”. Os vereadores Fábio Cândido Correa
(PSDB), o “Fabinho do Bar”, Enilton César da Silva (PPS), o “Niltinho”, e
Cristiano Carvalho (PMDB), conhecido como “Balança”, foram levados ao
Ministério Público em Igarapé por mandado de condução coercitiva.
Marcos Aender disse, quando estava sendo colocado em um carro da
polícia, que não tinha nada a declarar.
O advogado da Câmara Municipal de São Joaquim de Bicas, Jouber da
Silva Saraiva Amaral, falou ao G1 que não teve acesso aos autos do inquérito.
Ele disse que está aguardando informações para tomar as medidas cabíveis.
“Eu não estive com o presidente da Câmara, não tive acesso a ele.
Não pude conversar com ele e ele, sequer, pôde telefonar. Eu acho até uma
atitude abusiva do Ministério Público de impedir o acesso do advogado ao
acusado. Então não posso dizer nada porque não sei do que se trata”, afirmou o
advogado.
Enilton da Silva, Fábio Corrêa e Cristiano Carvalho prestaram
depoimento e foram liberados.
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