“Foi o caso mais relevante em que já trabalhei desde que sou
delegada”, disse Liliane Diogo, em entrevista à reportagem da Reportagem da
Rádio Pioneira após o resultado do julgamento.
O caso que aconteceu em Março de 2013, culminou nesta semana o
julgamento e condenação de Rosana de Oliveira Goulart a prisão de 39 anos e 8
meses.
O crime, que gerou grande comoção à população tangaraense,
permaneceu como um grande mistério enquanto a Polícia Judiciária Civil
realizava investigações. No primeiro momento foi registrado boletim de ocorrência
do desaparecimento da criança em 19 de Março de 2013. Um dia depois, a Polícia
encontrou o corpo em um canavial a cerca de 2,5 km de distância da casa onde a
criança residia. Havia então, a suspeita de estupro do menino, em virtude de
lesões encontradas no corpo.
Após vários e intensos dias de investigação, os pais do pequeno
Pablo Henrique, mesmo tendo participado de uma manifestação organizada pela
sociedade civil, tiveram a prisão preventiva decretada pela justiça.
A delegada responsável pelo caso, Dra. Liliane Diogo, explicou que
as investigações demonstraram que a hipótese, normalmente não esperada em um
crime como este, foi comprovada: “Descobrimos através das investigações que a
culpada pela morte da criança, era a própria mãe, algo bem difícil de pensar,
mas foi constatado e conseguimos provar isso”, disse.
A polícia também descobriu que a morte da criança ocorreu em um
local diferente de onde o corpo foi encontrado: “Ela arrastou o corpo para
outro local para tentar enganar a justiça e de alguma forma afastar o corpo de
próximo da sua residência”, pontuou.
A prisão da acusada e agora condenada pelo crime foi solicitada,
segundo a delegada, depois de várias diligências investigativas, incluindo o
trabalho de perícia técnica que constatou na casa, a presença de sangue.
“Solicitamos a prisão preventiva dela, fizemos o interrogatório e naquele
momento ela confessou”, disse.
O interrogatório durou muitas horas e após a confissão, a Polícia
Judiciária Civil foi novamente ao local do crime onde a acusada demonstrou como
tudo havia acontecido.“Infelizmente isso acontece na sociedade, um crime
bárbaro, mas que não passou impune”, comentou a Delegada.
A vítima, uma criança de apenas dois anos de idade, que foi encontrada
pela polícia morta, tinha, além da lesão causada pela agressão através de um
pedaço de madeira, duas perfurações na região do pescoço e outra lesão no ânus.
“Havia também marcas de mordida de cachorro, provavelmente porque
ela deixou o corpo próximo do canavial, onde nas proximidades também havia uma
residência com uns três ou quatro cães e estes estavam ao redor do corpo quando
o encontramos”, explicou.
Na época do crime, houve em toda a sociedade tangaraense uma
grande comoção em virtude da primeira suspeita, de que a criança teria sido
possivelmente raptada.
“Ela tentou de todas as formas evitar que acreditássemos que ela
fosse a culpada, apesar dela demonstrar muita tranqüilidade para quem acabara
de perder um filho. Mas uma coisa é suspeitar, outra é provar. Felizmente com
muito trabalho, dia e noite, conseguimos descobrir o ponto primordial do caso”,
disse Liliane.
Na época, para apurar todas as hipóteses sobre o crime, evitando
dúvidas de quaisquer naturezas, a Delegada explicou que também foi solicitado
um exame de insanidade mental: “Foi detectado que ela não possuía problemas
mentais”.
No julgamento do caso, realizado recentemente, Rosana de Oliveira
Goulart foi condenada a 39 anos e 8 meses de prisão a partir dos crimes de
homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e estupro de
vulnerável.
“Aproveito a oportunidade para agradecer aos investigadores de
polícia e escrivães. Nós tivemos bastante trabalho, nos empenhamos muito e
felizmente conseguimos elucidar o caso”, finalizou a Dra. Liliane Diogo.
Fonte: Roberto Weber com Gilvan
Melo
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