Wellington
Fagundes está feliz da vida com a decisão do colega senador Blairo Maggi de
deixar o PR. Era tudo que queria, se tornar cacique regional de uma agremiação,
ainda mais depois que ganhou notoriedade nacional, com a vitória ao Senado e
com abertura de portas para ele no Palácio do Planalto por ter sido coordenador
regional da campanha à reeleição de Dilma, mesmo esta não vencendo em Mato
Grosso.
Embora
não admita publicamente, Wellington se mostrava incomodado em ser coadjuvante.
Preside o PR-MT, mas se vê ofuscado pela liderança interna de Blairo. Agora, pode
conduzir a sigla do seu jeito. Mas terá dificuldade para evitar debandada em um
partido que hoje possui a maior bancada na Assembleia, com 5 deputados, 13
prefeitos, 18 vices e mais de 250 vereadores.
Os
dois senadores nunca foram do mesmo grupo. Sempre deram de ombros. Em
Rondonópolis, estiveram em várias eleições em campos opostos. E se aproximaram
pelas circunstâncias políticas e por interesses pessoais. Blairo declarou até
que tinha dívida com Wellington e que pagou-a com o apoio dado à eleição do colega
para o Senado, em 2014. Mesmo assim, havia desconfiança e conspiração mútua.
A
saída de Blairo joga de vez o PR por inteiro no colo de Wellington, que passa a
controlar a legenda republicana, assim como fez, por décadas, com o antigo PL,
até este se fundir com o Prona, em 2006, e provocar o nascimento do PR.
Wellington é político, se articula muito nos bastidores, não perde chance de
ocupar espaço e sempre atua como governista, nunca na oposição. Líder
empresarial, Blairo é mais técnico e carrega na vida pública o conceito e
respeito advindo da iniciativa privada. O ex-governador vai para o PMDB.
Wellington permanece. Tomam rumos partidários diferentes, demonstrando
cordialidade no Senado, já que sentam lado-a-lado, e com o foco nas próximas
eleições. Romilson Dourado
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