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AIDS: Diversão criminosa

YURI RAMIRES
 
Pessoas infectadas pelo vírus HIV estão transmitindo a doença de propósito. A ação, conhecida nacionalmente como “Clube do Carimbo”, já acontece em Cuiabá e já fez vítimas. O infectologista Luciano Ribeiro fez um alerta sobre o caso, que vem atingindo homens gays de 18 a 40 anos. Só no ano passado, mais de 200 casos de HIV foram notificados na Capital, independentemente da orientação sexual.
 
O convite tentador para um sexo casual, muito comum para usuários de aplicativos de encontros ou bate-papo, pode se tornar um pesadelo. Muitas vezes, o convite para o sexo sem preservativo é na “cara dura”, em outras, eles disfarçam e furam a camisinha.
 
Em um artigo divulgado ontem na imprensa, Luciano Ribeiro afirmou que tem visto que a prática está crescendo e, por isso, busca alertar os jovens.
 
O Diário conversou com jovens usuários de aplicativos e constatou que convites como esses são comuns. Vale ressaltar que essa não é uma prática apenas do público gay. Entretanto, eles têm sido o alvo dos “carimbadores”.
 
O estudante Fernando Henrique, 21 anos, recebeu a proposta. “Estava conversando com um cara, e ele disse que queria um ‘pele na pele’. Ele usou essas palavras. Óbvio que nem respondi mais e bloqueei”, disse ao Diário.
 
O jovem conta que nunca transou com ninguém sem camisinha, mas caso receba um convite, ele não aceitará.
 
Já C., 27 anos, parou de usar esses aplicativos de relacionamento justamente pelos convites sexuais que recebia. “Odiei”. Entretanto, no passado, já teve uma experiência ruim e, por isso, refletiu sobre as ações. “Já fiz sexo sem preservativo com um desconhecido, me arrependi e aprendi a lição. Fiz o exame HIV e deu negativo”, finalizou.
 
T., 30 anos, contou que já recebeu propostas para transar sem preservativo, e muitas vieram de homens heterossexuais casados. “Eu recuso esse tipo de prática de forma gentil, para evitar climão”, disse.
 
Porém, ele conta que muitos insistem e reclamam, dizendo que “não têm nada”. Ele já havia sido alertado por amigos de que os “carimbadores” estavam agindo em Cuiabá e, por isso, todo cuidado é pouco.
 
T. ainda lembrou que geralmente essa prática acontece por parte dos ativos. “Mesmo que você tenha uma relação monogâmica, seja hetero ou não, tem que se preservar, tem que usar camisinha. É questão de saúde”, disse ele.
 
Em Mato Grosso, conforme a Secretaria de Saúde (SES-MT), a infecção por Aids em jovens e adolescentes de 15 a 24 anos vem crescendo. Em 2014, foram notificados 346 casos, correspondendo a 41,80% de aumento se comparado com 2013, quando a mesma faixa etária registrou 242 casos.

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