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Nos últimos
sete dias, boa parte das escolas estaduais de Mato Grosso que haviam aderido ao
movimento grevista do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato
Grosso (Sintep-MT) desistiram totalmente ou em parte e retornaram às
atividades.
Parte da
categoria está em greve desde o dia 27 de maio.
Na
segunda-feira passada (10), levantamento feito pela Secretaria de Estado de
Educação (Seduc) apontou que, das 767 escolas estaduais, 406 (52,94%) estavam
em greve.
Outras 326
(42,5%) não haviam aderido à greve, enquanto que as 35 restantes (4,56%) estavam
funcionando parcialmente.
Já nesta
segunda-feira (17), novo levantamento apontou que o número de escolas paradas
diminuiu consideravelmente, passando das 406 para 356 (46,41%). Por outro lado,
as escolas que continuaram a funcionar normalmente passaram de 326 para 346
(45,11%).
Também aumentou o número de unidades escolares funcionando parcialmente, de 35 para 65 (8,47%).
O Governo
acredita que a desmobilização é resultado da sensibilidade dos professores, que
conseguiram compreender a impossibilidade de o Estado conceder reajuste de
7,69% em razão da crise e dos impedimentos judiciais.
Outro fator
determinante, na avaliação do Estado, foram três decisões judiciais seguidas
que confirmaram a legalidade da conduta do Governo.
Uma delas
confirmou o dever do Estado de proceder ao corte de ponto dos grevistas; a
segunda determinou que o Sintep arque com as despesas adicionais do transporte
escolar; e a terceira proibiu o sindicato de impedir que alunos e professores
entrem nas escolas.
A greve na
educação
A greve
anunciada pelos professores da rede estadual pede melhorias na carreira e
estrutura da Educação; o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) aos servidores;
o cumprimento da Lei que prevê o dobro do poder de compra para a categoria da
Educação até 2023; e ainda o fim do escalonamento salarial.
Boa parte
das reivindicações feitas pelos profissionais foi atendida, a exemplo do
pagamento de 1/3 de férias aos professores contratados, que até então nunca
havia sido pago pelo Estado, e do atendimento do requerimento no que tange a
liberação de licença-prêmio e licença-qualificação que demande substituição.
O Estado
ainda concordou em analisar o número de alunos para, depois disso, verificar a
possibilidade de nomeação do cadastro de reserva. Outra demanda atendida foi o
compromisso de reorganizar as contas da Educação, para que se possa retomar os
investimentos em infraestrutura, focando nas escolas que se encontram em piores
condições.
Porém, um
dos maiores impeditivos para que o Governo de Mato Grosso conceda reajuste
salarial aos professores estaduais, além da grave crise financeira, é o que
dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A LRF é uma
lei federal que estabelece parâmetros para os gastos dos Estados e municípios
brasileiros.
Entre esses
gastos estão as despesas de pessoal, que podem consumir o máximo de 49% da
Receita Corrente Líquida (RCL), ou seja, o Estado não pode gastar com folha de
pagamento de seus servidores mais de 49% daquilo que arrecada.
Atualmente o
Estado já está com o limite da LRF extrapolado, pois gasta 58,55% de suas
receitas com o pagamento dos servidores.
Se
concedesse o aumento de mais 7,69% aos salários de milhares de professores
estaduais, o limite seria estourado de forma irreversível, uma vez que
resultaria em gasto adicional na ordem de R$ 200 milhões neste ano – valor que
o Estado já não dispõe.
Por tabela,
com o estouro da LRF, o Estado também descumpriria a Emenda Constitucional do
Teto dos Gastos Públicos, trazendo graves consequências para toda a sociedade.
Entre as
sanções, Mato Grosso ficaria proibido de criar ou expandir programas e linhas
de financiamento, renegociação e refinanciamento de dívidas e estaria obrigado
a devolver R$ 400 milhões ao Governo Federal.
Nessa
hipótese, o montante deixaria de ser aplicado nos setores mais sensíveis e
urgentes para a população mato-grossense, como Saúde, Segurança, Infraestrutura
e Educação, para ser injetado nos cofres da União.
Além disso,
os gestores (governador e secretários) poderiam ser responsabilizados civil e
criminalmente pelo descumprimento da lei.
Vale lembrar
que apesar de a Lei Complementar 510/2013 prever os reajuste anuais para os
servidores da Educação Básica em Mato Grosso, a LRF é uma lei federal que
possui hierarquia sobre as estaduais. Em resumo: no caso de conflito entre as
legislações, é a LRF que prevalece. Com Assessoria
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