O presidente Jair Bolsonaro enviou ofício ao Supremo
Tribunal Federal (STF) dizendo que não teve a intenção de ofender ou de acusar
de crime o militante Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira quando falou
publicamente sobre seu desaparecimento durante a ditadura militar.
A manifestação foi feita em resposta a um pedido de
esclarecimento feito pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Felipe Santa Cruz, filho do militante. A fala de Bolsonaro que suscitou a
polêmica foi: “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai
dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a
verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez
chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o
grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio
desaparecer no Rio de Janeiro”.
No ofício enviado ao STF, Bolsonaro esclareceu que atribuiu
a violência ao grupo de esquerda, e não a Fernando Santa Cruz. “Como se
percebe, não imputei qualquer crime ao pai do interpelante (não tendo sido
apontado qualquer ato específico de violência por ele praticado) ou ao próprio
requerente, sendo certo que a característica negativa a que me referi
dirigia-se ao grupo e não à pessoa do pai do interpelante”.
0 Comentários