De 1º de janeiro de 2015 a 3 de junho de 2019, a polícia
legislativa da Câmara dos Deputados registrou 778 crimes. Entre eles, nada de
corrupção ou lavagem de dinheiro, tipificações comuns no noticiário político.
No tapete verde, por onde circulam em média 18 mil pessoas por dia, o maior
número de registros tipificados são os de furtos. Foram 59 no período, segundo
dados obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação.
O número pode ser maior, uma vez que há 468 crimes não
tipificados e registrados nos boletins da Casa apenas como “em apuração”. Não é
a única modalidade de delito no prédio. Há boletins de ocorrência por
importunação ofensiva ao pudor, disparo de arma de fogo, fingir-se de
funcionário público, fraude bancária, lesão corporal, posse de drogas e até
“possível prática de prostituição”.
Apesar disso, quem passeia pelo Congresso vê uma sensação de
segurança: bolsas e mochilas são espalhadas pelo tapete do salão verde,
computadores de jornalistas ficam largados nos balcões de comissão enquanto os
repórteres correm atrás de entrevistados, e celulares de deputados ficam
desassistidos sobre as mesas do plenário.
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