Já pensou em fazer transferências, depósitos e pagamentos por meio do Whatsapp para pessoas físicas ou empresas? Em breve isso será possível. O Banco Central autorizou nessa terça-feira (30), a implementação do programa de transferências vinculada ao aplicativo de mensagens. O serviço vale para transações que envolvam as bandeiras Visa ou Mastercard.
Em nota, o BC informou que essa autorização poderá “abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos”. Mas, afinal, como baixar o serviço no celular?
Se o seu aparelho for um IOS, acompanhe essas instruções:
- Abra o Whatsapp e toque em “ajustes” e depois em “pagamentos”;
- Toque em Facebook Pay e depois em “continuar”;
- Crie um PIN (senha) de seis dígitos para poder usar nas transações e toque em “avançar”;
- Digite seu nome completo, adicione seu telefone e depois o CPF;
- Preencha os dados do seu cartão de crédito;
- Toque em “salvar”;
- Por último, verifique o cartão por meio de um código que será enviado por SMS, e-mail ou pelo próprio app do banco. Feito isso, já pode começar a realizar transações.
Agora, se o seu celular for um Android, siga esses passos:
- No Whatsapp, toque nos três pontinhos do canto superior direito e vá em “pagamentos”;
- Toque em Facebook Pay e depois em “continuar”;
- Crie um PIN (senha) de seis dígitos para poder usar nas transações e toque em “avançar”;
- Digite seu nome completo, adicione seu telefone e depois o CPF;
- Preencha os dados do seu cartão de crédito e toque em “salvar”;
- Verifique o cartão pelo código que poderá ser enviado no SMS, app do banco ou pelo e-mail e, depois disso, você já está liberado para fazer pagamentos pelo Whatsapp.
Crédito ou débito?
Para os que estão se perguntando qual função o aplicativo vai liberar, crédito ou débito, a resposta é simples: as duas, porém com restrições. Por exemplo, entre pessoas físicas, a única função disponível é o débito, mas para empresas, que possuam contas comerciais no Whatsapp Business, o crédito também está liberado.
Quando o serviço estará disponível?
O Banco Central informou que o WhatsApp irá disponibilizar a funcionalidade aos clientes assim que finalizar os acertos técnicos para isso. Ainda não há data prevista para o acesso ao serviço e a tarifa cobrada pelas transações, segundo o BC, será definida pelo aplicativo.
Apesar das incertezas sobre a inauguração do serviço, as novidades foram comemoradas pela empresa.
“Recebemos com muita satisfação a decisão de hoje do Banco Central sobre a aprovação do nosso pedido de licença como iniciador de pagamentos, e estamos empenhados nos preparativos finais para disponibilizar esta funcionalidade do WhatsApp no Brasil assim que possível. Agora, mais do que nunca, pagamentos digitais seguros e convenientes oferecem uma solução vital para transferir dinheiro rapidamente para pessoas que necessitam e auxiliar empresas em sua recuperação econômica. Compartilharemos mais informações assim que a função de pagamentos estiver disponível no WhatsApp”, afirmou a empresa em nota.
Perigos
De acordo com especialistas, há alguns riscos nas transações pelo Whatsapp, uma vez que o aplicativo tem seu negócio centrado na publicidade, o que implica na divulgação de dados dos usuários. A nova funcionalidade, portanto, permitirá que a empresa expanda essas informações, adentrando em dados bancários, podendo coletar conhecimentos como: com quem o usuário realiza transações financeiras, com qual frequência e os valores dessa movimentação bancária.
“O Facebook já sofreu uma série de medidas judiciais por conta do vazamento de dados, por isso existe um risco muito grande de hackers invadirem aplicativos de mensagens e acharem uma informação bancária. O problema é muito sério”, afirma a advogada especialista em Compliance e gestão de riscos, Anna Dantas.
Para a jurista, no entanto, a tecnologia é uma aliada da eficiência. “Tudo que é novo causa estranheza, assim como o pix, mas depois as pessoas começam a utilizar. Tenho certeza que o Facebook, para ter esse sistema aprovado pelo BC, já está finalizando estudos de investimento pesado em uma criptografia de ponta para proteger o vazamento de informações, impedindo assim o ataque de hackers”, diz a advogada.
Atualmente, há também um Projeto de Lei que tramita na Câmara que pode ajudar na proteção de dados. O PL 4554/2020 insere o crime de fraude eletrônica no código penal. A pena é de reclusão de quatro a oito anos, além da possibilidade de multa.
“O crime de estelionato por exemplo, tem a pena de um a cinco anos, ou seja, é menor do que a que o projeto de lei pretende incluir como crime no código penal”, completa Anna.
Metrópoles
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