O delegado de Porto dos Gaúchos, João Antônio batista Ribeiro Torres, representou à Justiça pela prisão do irmão da vítima tendo em vista ser imprescindível para as investigações em andamento.
A apuração realizada pela equipe da Delegacia de Porto dos Gaúchos levantou diversas informações e inúmeros indícios que apontam para o envolvimento do irmão e cunhado, respectivamente, das vítimas. Confronto e acareações realizadas pela Polícia Civil, assim como busca e apreensão realizadas reuniram indícios de que o investigado teria, em tese, praticado o crime. “Foram inúmeras incongruências nos depoimentos do suspeito e de testemunhas, fora o fato de que ele estava em posse de vários objetos pessoais das vítimas, bem como teria realizado negócios com bens de propriedade do casal”, explicou o delegado.
O inquérito policial será concluído na próxima semana e remetido ao Poder Judiciário.
Crime e desaparecimento
Os corpos de Valdir e Tatiane foram localizados totalmente carbonizados, dentro da camionete do casal que foi escondida em meio a uma mata de difícil acesso, na zona rural do município, na mesma região onde o casal tinha uma propriedade.
A investigação realizada pela equipe da Delegacia de Porto dos Gaúchos constatou ainda que as vítimas foram mortas em uma emboscada.
No dia 3 de maio, durante o terceiro dia de buscas consecutivas pelo casal, na região onde eles tinham uma propriedade, uma equipe das equipes policiais surpreendeu duas pessoas na mata, identificadas como um irmão e um sobrinho de Valdir Hennig, que se assustaram ao se deparar com os militares. Ambos alegaram inicialmente aos policiais que estavam colhendo limões e que, porventura, encontraram uma trilha com marcas de pneus que seguia mata adentro e levava à camionete das vítimas. Eles disseram que seguiram até um ponto, quando então, segundo eles, não tiveram coragem de ir adiante.
Conforme a apuração, no momento em que os policiais chegaram à camionete, o irmão de Valdir não esboçou nenhuma reação ou sentimento de perda diante do cenário encontrado. Tal fato causou espanto aos policiais.
Tio e sobrinho foram ouvidos na delegacia de Porto dos Gaúchos e, de acordo com o delegado João Antônio, os depoimentos apresentaram diversas contradições. “Os testemunhos estavam desencontrados, o que chamou bastante a atenção da Polícia Civil”, informou o delegado, que requereu ao Poder Judiciário local um mandado de busca e apreensão na residência do irmão da vítima.
Na casa, os policiais civis localizaram documentos pessoais de Valdir e Tatiane. Além disso, a Polícia Civil apurou que tratores que a vítima tinha em sua propriedade desapareceram. Nas investigações, os policiais conseguiram identificar que, na verdade, os veículos agrícolas foram vendidos pelo irmão, como se fosse propriedade dele.
Outros indícios apurados pela Polícia Civil apontam que o casal foi vítima de uma emboscada. Na estrada até a propriedade das vítimas foi encontrada uma árvore, tombada para dificultar a passagem de veículos. Logo nas primeiras buscas realizadas, assim que a Delegacia de Porto dos Gaúchos foi comunicada do desaparecimento de Valdir e Tatiane, os policiais foram até a propriedade e próximo à estrada encontraram munições e cápsulas deflagradas, um pedaço de relógio, uma máscara de tecido e vestígios de sangue.
Buscas pelas vítimas
Duas equipes formadas por policiais civis, PM e Corpo de Bombeiros realizaram buscas por dias pelo casal, inclusive com cães farejadores. Valdir e Tatiane desapareceram no dia 28 de abril, depois de sair na véspera, da propriedade deles, e ir até a cidade de Itanhangá visitar familiares combinando de voltar no dia seguinte.
Contudo, com a ausência dos dois, um irmão da vítima teria ido em busca dos dois e foi informado por familiares que os mesmos já haviam retornado a Porto dos Gaúchos, na data combinada. Esse irmão de Valdir tentou contato no celular das vítimas e não conseguiu e procurou a polícia relatando o sumiço dos dois.
A partir da comunicação do desaparecimento, a Polícia Civil organizou as buscas, contando com apoio do Corpo de Bombeiros. A procura foi realizada em uma extensa área de mata, na ‘região do 47’, onde o casal tinha a propriedade, e contou com auxílio de cães farejadores do Corpo de Bombeiros de Tangará da Serra e da equipe de Juína.
No terceiro dia de busca, a camionete do casal foi localizada em um local de acesso bastante difícil. A L 200 Triton foi totalmente queimada e dentro estavam dois corpos carbonizados que, pelo estado, não foi possível afirmar no ato que se tratavam dos corpos de Valdir e Tatiane. O delegado João Antônio Torres solicitou a realização de exame de confronto de DNA, assim como a camionete que também passou por perícia da Politec. Do GD
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