O índice do consumo nos lares brasileiros, medido pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados), encerrou o 1º semestre com alta de 2,20%.
Na comparação de junho até maio, o indicador apresentou alta de 0,10%. Em relação a junho de 2021, a alta é de 6,03%. Todos os indicadores são deflacionados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo a Abras, o consumidor optou por produtos de marca própria do supermercado, com preço de 20% a 30% mais baixo, priorizou embalagens econômicas ou com melhor valor agregado e encontrou variedade de marcas nas gôndolas para compor a cesta de consumo.
“A intensificação de ofertas nos supermercados e ampla variedades de marcas somadas aos recursos extras injetados na economia e a queda na taxa de desemprego impulsionaram o consumo nos lares brasileiro no primeiro semestre”, avalia a associação.
Para enfrentar a alta da inflação dos alimentos, o consumidor fez compras mais planejadas, trocou marcas e buscou mais promoções, e o varejo intensificou as negociações comerciais com os fornecedores, ampliou o número de marcas e fez mais promoções nas lojas, disse a Abras.
“Com renda mais restrita, o consumidor não pode errar e, por isso, ele tem mais resistência a trocar de marca. Porém, o produto de marca própria tem alta qualidade, preço competitivo e ajuda a compor a cesta de abastecimento”, explica o vice-presidente da empresa, Marcio Milan.
Segundo ele, o pagamento do pacote de benefícios aprovado pelo Congresso Nacional deve aumentar o consumo nos lares nos próximos meses, com cerca de 50% a 60% dos valores liberados pelo governo sendo destinados à cesta de consumo.
Segundo os dados, o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) sofreu com o impacto da invasão da Ucrânia, clima adverso e altos custos de produção e transporte, e acumulou alta de 10,41%.
Com isso, o preço médio da cesta nacional chegou a R$ 773,44 em junho. As altas mais expressivas no semestre foram puxadas por batata (55,81%), cebola (48,13%), leite longa vida (41,77%), feijão (40,97%) e queijo muçarela (36,10%).
PREVISÃO
Com a melhora no índice de inflação, o aumento do emprego formal e dos recursos que começaram a ser injetados na economia nesta semana com o pagamento dos auxílios do pacote de benefícios aprovado pelo Congresso Nacional, a Abras revisou as projeções do consumo nos lares brasileiros.
“Esse dinheiro vai movimentar o consumo nos lares, então, o crescimento em ritmo moderado do 1º semestre deve ficar para trás. Daqui para frente, o consumo tende a ser mais intenso e estável porque cresceu o número de famílias, aumentou o valor do benefício e novos auxílios foram criados para outras categorias profissionais: caminhoneiros e taxistas”, avalia o vice-presidente da empresa.
Segundo a entidade, neste ano, o setor supermercadista que previa crescimento de 2,80% no consumo nos lares, acredita em uma alta entre 3% e 3,30%.
“Olhando para frente, o comércio tem ao menos 3 importantes datas para impulsionar as promoções e incentivar o consumo nos lares: a Black Friday, a Copa do Mundo e as festas de fim de ano”, disse Milan. Poder 360 e agência Brasil
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