O Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou ontem que, pela primeira vez, o número de pessoas com fome no mundo passou de um bilhão. Em entrevista coletiva em Londres, a diretora do PMA, Josette Sheeran, disse que o planeta atualmente tem 1,020 bilhão de famintos.
Já o fluxo da ajuda humanitária é o menor da história. Essa situação, destacou a funcionária, além de ser uma "receita para o desastre", é "crítica para a paz, a segurança e a estabilidade em muitos lugares do mundo".
A diretora do PMA aproveitou a ocasião para fazer um "apelo urgente" ao G8 (os sete países mais industrializados e a Rússia) e ao G20 (os países mais ricos e as principais nações emergentes) para que ajudem a resolver um problema que requer mais que "soluções de longo prazo". Ainda foi anunciado que o Programa Mundial de Alimentos enfrenta "um grave déficit fiscal".
Este ano, o PMA só recebeu US$ 2,6 bilhões dos US$ 6,7 bilhões necessários para distribuir alimentos a 108 milhões de pessoas em 74 países.
A funcionária também disse que, com "menos de 1%" das injeções feitas pelos Governos para salvar o sistema financeiro internacional, seria possível acabar com a fome de milhões de pessoas.
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