Uma questão que se coloca é a seguinte: celebra-se o Dia Nacional da Consciência Negra neste sábado, 20, mas por que não se comemora também o dia nacional da consciência dos louros, dos morenos, mulatos, dos amarelos e outras raças? Sabidamente essa era e é uma raça ainda hoje bastante discriminada.
Ao longo dos tempos, mesmo apesar da propalada Lei Áurea que supostamente assegurou a liberdade aos negros, sabe-se que estes sempre foram vítimas de outras formas de opressão e negação dos seus direitos à cidadania.
Os mecanismos de exclusão continuaram assumindo facetas diferenciadas. Apesar dessa legislação específica não foi permitido acesso dos negros à educação, ao emprego remunerado, moradia digna e outros benefícios que eram dados à população loura, morena, mulata em geral e que já estavam em vigor desde o século XIX.
Só por aí dá para se sentir que há motivos sobejos para a celebração dessa data nacional da consciência negra. E assim é que entidades da sociedade civil, principalmente aquelas ligadas ao movimento negro, realizarão eventos pelos mais diferentes pontos do Brasil e assim assinalar a transcorrência dessa data que estará presente no calendário no próximo sábado.
Claro, esses eventos têm um sentido comemorativo, mas eles querem também realçar, fazer a população em geral refletir e fazer valer a afirmação da consciência política, da presença étnico racial e de reivindicação dos direitos da população afro-brasileira.
E a figura central dessas celebrações aqui no Brasil é o mestre Zumbi dos Palmares, que nessa mesma data tombou como o grande ícone da resistência do povo negro e da luta contra a escravidão.
Ainda hoje se comemora essa data dedicada a Zumbi, porque se entende que a libertação dos escravos foi um movimento inconcluso e que só será efetivamente completa pela pressão do movimento negro.
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