PT e PMDB estão em pé de guerra, embora as entrevistas dos líderes das duas legendas digam o contrário. Encenação. Nos bastidores, o jogo está sendo jogado. Da pior maneira possível. Rasteira.
Aliás, jogo rasteiro é a cara do PT; o partido não conhece outra forma de combate. O objeto de disputa é o poder, representado em duas frentes: a presidência da Câmara dos Deputados e os cargos do governo.
O PMDB quer continuar presidindo a Casa, com o deputado Henrique Alves sucedendo Michel Temer. Quer também ampliar o número de ministérios e de estatais, de preferência as mais recheadas de dinheiro. O PT quer a mesma coisa.
E um “plus” que só o poder tem condições de garantir: diminuir a influência do PMDB no governo de Dilma Rousseff. Alguns “rounds” já foram disputados desde a eleição de Rousseff a presidente, com vantagem peemedebista.
A última foi a formação do “blocão”, em que o PMDB atraiu outras siglas governistas como PR, PTB, PP e PSC, totalizando 202 deputados.
Evidentemente, dando como garantia a partilha de cargos, que seria forçada pela largada maioria que as siglas terão na Casa, o que sufocaria o governo Dilma. Jogada de mestre.
Porém, sem a certeza de garantia, uma vez que o presidente Lula, mestre em jogo de bastidores, nem sempre limpo, pode reverter o quadro usando as mesmas siglas atraídas pelo PMDB.
Essa briga pelo poder e seus benefícios começou antes mesmo do final das eleições de 31 de outubro.
O ex-ministro José Dirceu ameaçou que o PT iria retomar seus espaços com Dilma e o PMDB reagiu, afirmando que a vitória da petista não seria de um partido, mas de todos os partidos da base aliada, e que a partilha de cargos respeitaria a importância de cada parceiro.
Resumindo: o governo continuará loteado, com os partidos assumindo pedaços da máquina como se fossem propriedade de cada um, o que sugere a falta de controle do poder. E as consequências disso são nocivas ao País.
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