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A ficha e voto

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei da Ficha Limpa não vale para as eleições de 2010. Decisão antipopular, porém respaldada pela Constituição, que estabelece um período de um ano de antecedência para as mudanças das regras eleitorais. 

 STF cumpriu o seu dever, embora tenha aberto a porteira para o retorno dos fichas sujas: os eleitos que haviam sido impedidos pela Lei da Ficha Limpa poderão tomar posse. Daí, um momento de reflexão: eles estão de volta respaldados pelo voto.
Ou seja, antes de o STF decidir se aplicaria ou não a lei nas eleições de 2010, o povo resolveu eleger políticos condenados por algum tipo de crime contra o bem público. Como, então, condenar o Judiciário se o próprio cidadão, com o voto, respaldou candidaturas de fichas cujas?

Temos casos de políticos corruptos com densidade eleitoral impressionante, como Paulo Maluf, em São Paulo, e Jader Barbalho, no Pará. Eles desafiam a Justiça, devidamente respaldados pela população. Representam o que há de pior da política brasileira, mas, democraticamente, têm o voto do eleitor.

Essa falta de sintonia, ou inversão de valores, que torna questionável a responsabilidade do eleitor, assusta tanto quanto a pachorra do Judiciário para fazer justiça. No entanto, há uma luz bem acesa no fim do túnel: as coisas estão mudando, para melhor, apesar da lentidão.

No caso da Lei da Ficha Limpa, será possível sentir seus efeitos nas eleições próximas, quando estará em voga de forma efetiva. Os fichas sujas estão com prazo de validade para se vencer. Pode ter certeza, mesmo desconfiando. César Santos

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