Acabo de ler em um site da capital a seguinte nota:
"Imagine uma cidade onde os motoristas respeitam a faixa de pedestre e não precisam de semáforos para ceder a vez aos transeuntes no momento da travessia. Paris, Londres, Montreal, Zurique? Não, estamos falando de Tangará da Serra. Localizada a 232 quilômetros de Cuiabá, na Região Médio-Norte de Mato Grosso, a cidade com cerca de 72 mil habitantes foi a primeira do Estado a testar o sistema de conscientização, e foi seguido por vários outros muneicípios, como Lucas do Rio Verde e em alguns pontos da Capital, como na avenida Miguel Sutil.
É na cidade onde os semáforos foram substituídos pelas faixas que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), por meio da Coordenadoria de Educação para o Trânsito, realiza entre 16 a 20 de maio em Tangará da Serra a campanha ´Trânsito Consciente, Pra vida seguir em frente´."
ESSAS INFORMAÇÕES NÃO CORRESPONDEM COM A VERDADE
Prezados senhores e senhoras de Mato Grosso, do Brasil e do Mundo. Quem passou essas informações para a sociedade, com toda a certeza, não conhece o violento trânsito de Tangará da Serra. A média indica que são 4,75 acidentes registrados diariamente envolvendo apenas motocicletas.
Convivo nesta cidade a cerca de oito anos, e como jornalista profissional (DRT-MT 1.228) e educador ativo, posso afirmar que as faixas de pesdestres há muito tempo deixaram de ser respeitadas por condutores de veículos que aqui residem.
Isso significa dizer que pedestres também não confiam mais nesse modelo de sinalização implantado nesta cidade quando ela tinha pouco mais de 30 mil habitantes e cerca de 10 mil veículos transitando por nossas artérias.
Portanto, essas faixas não representam mais nada para nós tangaraenses. E não devem mais ser exemplo para município nenhum do Brasil, muito menos de Mato Grosso.
De acordo com os últimos dados do IBGE, Tangará da Serra tem atualmente mais de 83 mil habitantes. E a quantidade de carros ultrapassou a casa dos 40 mil.
As faixas, realmente, foram um sucesso quando implantadas. Mas com o natural crescimento da cidade, nas duas últimas décadas, perderam completamente sua valia.
Há anos, os poderes públicos da cidade vêm discutindo uma completa reorganização do trânsito. Falou-se em implantação de semáforos nos principais cruzamentos urbanos. Lamentavelmente, as boas ideias ainda não saíram do papel.
Justamente por falta de agilidade nessas necessárias mudanças temos visto todos os dias homens, mulheres e pessoas na flor da idade sendo mutiladas e algumas perdendo prematuramente a vida.
EM TEMPO: Neste final de semana perdemos para o violento trânsito de nosso município o jovem atleta Edgar Gomes Cabral (32). As estatísticas tendem a engordar ainda mais caso nosso trânsito permaneça como estar.
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