Texto de César Santos
A prática de desvio de dinheiro público, via superfaturamento de obras e pagamento de propina, no âmbito do Ministério dos Transportes, é muito mais grave do que se imagina.
A saída pela esquerda – emergencial – do ex-ministro Alfredo Nascimento não atenua o turbilhão de denúncias em via de explosão. A edição da revista IstoÉ, nas bancas, revela mais uma trilha que fez desaparecer milhões de reais dos brasileiros: a ferrovia norte-sul. Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta superfaturamento de R$ 69 milhões apenas no trecho de 280 quilômetros.
Levando em consideração que a ferrovia norte-sul começou a ser construída há 20 anos – sempre envolvida em episódios nebulosos, é possível imaginar quantos elementos nocivos ao bem público ficaram ricos com o dinheiro da população.
Segundo a IstoÉ, “documento (do TCU) mostra que pelo menos seis trechos da Ferrovia Norte-Sul se mantêm com retenção de pagamentos por conta de sobrepreço apontado por auditorias do órgão de controle. Em várias etapas da obra, foram apontados preços acima dos de mercado, em percentuais próximos dos 20% – o que remete para desvios de centenas de milhões de reais.”
A reportagem destaca que “segundo investigações ainda em andamento na Polícia Federal e no Ministério Público, a Norte-Sul seria uma das principais fontes que abastecem atualmente o caixa do PR, partido de Alfredo Nascimento.”
A linha de investigação percorre todo o País, inclusive, o Rio Grande do Norte. Aqui, como se sabe, o PR já foi flagrado com as mãos sujas no dinheiro público, através da “quadrilha do Dnit”.
O engenheiro Gledson Maia, sobrinho do deputado federal João Maia – controlador do Dnit potiguar – foi preso quando espalmava dinheiro de suposto pagamento de propina. Como se pode observar – e comprovar – o Ministério dos Transportes foi transformado em veículo exclusivo de carregamento de dinheiro do povo brasileiro.
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