Bloqueio começou na quarta em trechos da BR-163; Manifestantes
estão impedindo tráfego de veículos de carga pela rodovia
Wellyngton Souza
Wellyngton Souza
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja),
se mostra preocupada com a paralisação de caminhoneiros na região Médio-Norte
do Estado, que já dura três dias e tem "travado" o escoamento da
produção. Caminhoneiros cruzaram os braços em dois trechos da BR-163, em Lucas
do Rio Verde (360 Km de Cuiabá).
Mato Grosso é o maior produtor de grãos do país e a região
bloqueada é considerada a maior produtora da aleoginosa do Estado, o que
aumenta ainda mais a preocupação. Por meio de nota, Aprosoja entende a
necessidade das manifestações dos caminhoneiros, mas ressalta a importância de
tais atos não interferirem no escoamento da safra de soja que está sendo
colhida no Estado.
Para o presidente da instituição Ricardo Tomczk, muitos itens da
pauta são justos, como o pedido de redução do preço do óleo diesel e do ICMS,
além da prorrogação do Finame. "É preciso ter o mínimo de ordem, pois somos elos de uma mesma
cadeia, que precisa ser sustentável. Precisamos que as propriedades sejam
abastecidas com óleo diesel e ter garantido o transporte da soja para os armazéns",
comentou Tomczk.
Ainda conforme presidente, a associação reforça que, apesar de ser
justo, o direito de manifestação é preciso que os transportadores entendam que
Mato Grosso está no período de pico de safra e a radicalização neste momento
pode atingir outros elos da cadeia. Isto pode fazer com que o movimento perca
apoio. “O direito de manifestação é justo, pois sabemos que o setor vive um
momento crítico. Mas precisamos colher e transportar a safra e vamos lutar para
este direito também ser garantido”. De acordo com estimativa do Imea, a
comercialização de soja da safra 2014/15 alcançou 45,6% em dezembro e chegou a
50% em janeiro. Saldo positivo para o Estado.
Novos bloqueios
Desde o início da manhã de hoje, o tráfego de veículos de carga se
encontra interditado no km 593 da BR-163, região de Nova Mutum, no km 686, em
Lucas do Rio Verde, e no km 747, em Sorriso, e no km 850, região de Sinop, em
decorrência de manifestações. Porém, o tráfego não será liberado durante o
horário do almoço, como foi realizado nos dias anteriores. A concessionária
Rota do Oeste, responsável pela administração da rodovia, pede paciência aos
usuários e atenção redobrada nos pontos interditados.
Entenda o caso
Os caminhoneiros bloqueiam há dois dias quatro trechos da BR-163,
em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sorriso e Sinop. Os manifestantes pedem,
entre outras reivindicações, a redução da alíquota do ICMS sobre o óleo diesel,
de 17% para 12%, para tentar reduzir o custo do frete, que, segundo a
Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso, teve uma queda no
preço.
No primeiro dia do protesto, os manifestantes bloquearam dois
trechos dessa rodovia e, no dia seguinte, fecharam outro trecho e desde quinta
(19), passaram a impedir a passagem de veículos pesados no trecho localizado em
Sinop, a 503 km da Capital. Uma reunião entre representantes do setor e o
governador Pedro Taques (PDT) está marcada para a tarde desta sexta (20). A
secretaria de Fazenda (Sefaz) informou, no primeiro dia de protesto, que está
realizando um estudo técnico sobre o combustível em Mato Grosso.
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