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COMBUSTÍVEL: Desabastecimento já atinge Cuiabá

GUSTAVO NASCIMENTO

Ainda não notificados da decisão que manda liberar as rodovias no Estado, caminhoneiros mantiveram ontem o bloqueio em vários pontos do Estado. Os reflexos do desabastecimento de combustível começaram a ser sentidos ontem na Grande Cuiabá. Posto de Várzea Grande registraram faltas pontuais de álcool, gasolina e diesel.

No interior do Estado a situação é crítica e muitas cidades estão com as bombas secas.

Mesmo com uma determinação judicial, proferida na última quarta-feira (25), para que os caminhoneiros liberassem os 10 trechos de bloqueios nas BRs 163, 364 e 070, em Mato Grosso, sob pena de mil reais diários pelo não-cumprimento da decisão, os trechos permaneceram bloqueados.


Ontem (26), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) precisou fazer um acordo para que os manifestantes liberassem cinco caminhões carregados com combustível destinados a abastecer o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.

Os caminhões foram escoltados pela PRF até o aeroporto. De acordo com o caminhoneiro Jorge Luís, que acompanhou a negociação, o aeroporto estava ficando desabastecido e isso poderia prejudicar pacientes de risco que precisam viajar com urgência.

A liberação foi dada sob forte clima de tensão no bloqueio. Muitos caminhoneiros discordaram da decisão, contudo nenhum incidente foi registrado.

De acordo com a assessoria do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT), em Várzea Grande nenhum posto teve todas as bombas zeradas, porém alguns combustíveis começaram a faltar em diversas unidades.

Segundo a assessoria, na região norte do Estado a situação é mais delicada e diversas cidades estão praticamente sem nenhuma gota de combustível há mais de três dias, como em Itanhangá (458 km ao norte de Cuiabá). Bases de bases de distribuição na região também estão sem o produto.

Na última terça-feira (24), o governo tentou fazer um acordo com os motoristas para liberar o transito para os caminhões-tanque, porém o acordo não foi cumprido.

Em Brasília (DF), o governo federal prometeu aprovar a nova 'Lei dos Caminhoneiros', reduzir o valor do pedágio cobrado de caminhões sem carga e carência de 12 meses para a compra de caminhões, além do congelamento do preço do diesel para os próximos seis meses. Contudo, o governo pediu o desbloqueio das rodovias federais em todos os estados para efetuar as mudanças. Atualmente, nove estados contam com protestos.

Em Mato Grosso, os caminhoneiros pedem a redução da carga tributária do estado, a partir da redução de 17% para 12% da alíquota do ICMS cobrada sobre o óleo diesel. Além da regulamentação da tabela do frete, que reduziu em 25%, se comparado ao ano passado.


A assessoria da PRF informou que hoje (27), irá notificar os manifestantes a deixarem a rodovia. Uma força especial será destacada para dar segurança aos oficiais de Justiça que notificarão os caminhoneiros para o cumprimento da decisão em caráter liminar de desbloqueio imediato das rodovias.

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