O presidente estadual do PDT, deputado estadual Zeca Viana (PDT),
reclama da falta de espaço do partido no governo e pretende conversar com o
governador Pedro Taques (PDT) na próxima semana, quando estará em Cuiabá. Desde
o processo eleitoral da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa a relação dos
dois correligionários ficou abalada e agora o parlamentar pretende cobrar
alguns posicionamentos do chefe do Executivo. O encontro de ambos não tem um
data confirmada.
“Semana que vem estarei em Cuiabá e vamos ter de conversar. A Mesa
ficou do jeito que ele queria com PSB, PSDB e PR, mas não tivemos nenhuma
conversa desde então, agora vamos ver se conversamos”, destacou Viana.
O presidente do partido cobra um posicionamento do governador com
relação às nomeações no governo. Questionado se existia algum acordo feito
durante a campanha, Viana rebateu e lembrou que Taques prega o discurso de
mudanças, mas está com aliados do governo anterior e poderá manter muitos da
gestão passada nos cargos.
“Nós sempre trabalhamos com propósito de mudança, mas como falar
em mudança e manter cargos que têm compromissos com governo anterior, que
trabalharam contra nós? Que tipo de valor está sendo dado aos nossos
companheiros? Estamos ficando isolados e isso faz dispersar, quero que tenhamos
união, uma coesão em cima desse governo”.
Em geral, o partido que está no comando do Estado costuma ganhar
destaque, crescer, aumentar filiados e ter melhor desempenho nas eleições
municipais. Porém, diante do desgaste e da crise partidária, Viana demonstrou
desanimo com a possibilidade de ampliação da sigla.
“Precisamos crescer o partido, mas tenho visto que com o governo
teremos mais dificuldade de crescer do que sem governo. Estou lutando para que
os pedetistas, que foram nossos companheiros durante todo este tempo, ocupem
cargos, principalmente, os do interior e não vou abrir mão disso, mas não vejo
boa vontade do governador em nomear nossos companheiros”, disparou.
Zeca Viana é aliado do governador desde 2010 quando Taques se
filiou ao PDT para disputar a eleição ao Senado. Na eleição para o governo,
disputou a reeleição para ajudar o grupo, pois pretendia deixar a vida
política, porém, a crise foi gerada durante o processo eleitoral da Mesa Diretora
da Assembleia.
O pedetista não teve respaldo de Taques para a disputa, e
demonstrou insatisfação coma interferência do Executivo na eleição. Zeca acusou
o governo de ter feito acordos com deputados da oposição relacionados a cargos
no governo. Um dos beneficiados seria Baiano Filho (PMDB), que negou qualquer
acordo, mas disse que cobrará cargos, pois é seu direito como parlamentar fazer
indicações.
Para Viana, Taques cometeu uma infantilidade política que poderá
custar caro no Parlamento para ele. Ele ressalta que a chapa de Guilherme Maluf
(PSDB) e Mauro Savi (PR) venceria com tranquilidade e sem desgaste, mas com a
interferência, o governo gerou uma insatisfação num grupo de oito deputados,
que poderá atrapalhar aprovações de projetos como a reforma administrativa. Diário de Cuiabá
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