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CGE aponta conivência de Silval e Maurício com irregularidades no VLT

A auditoria nas obras do VLT, realizada pela Controladoria Geral, apurou que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-secretário da Secopa Maurício Guimarães tinham conhecimento de irregularidades existentes na implantação do novo modal de transporte e, ainda assim, não tomaram medidas para corrigir as inconformidades. Desta forma pagamentos continuaram a ser feitos ao Consórcio VLT.  O conteúdo detalhado do relatório será apresentado às 15h pelo secretário da Casa Civil Paulo Taques, pelo controlador Ciro Gonçalves  e procurador do Estado Patryk Ayala.

Segundo a Controladoria, a gerenciadora da obra, Planserv, contratada pelo Governo por R$ 44 milhões, para acompanhar e fiscalizar o andamento das obras, encaminhou relatórios mensais à gestão Silval alertando sobre os atrasos e irregularidades existentes na construção do novo modal de transportes de Cuiabá e Várzea Grande.


Além disso, a gestão peemedebista foi alertada por meio de ofício da Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento do empreendimento, sobre os diversos problemas. A divulgação do relatório acontece dois dias depois de Silval se reunir com deputados e garantir, em entrevista à imprensa, que está com a consciência tranquila tendo em vista que não fez nenhum pagamento irregular e porque nunca roubou recursos públicos. Na ocasião, um dia após o peemedebista se reunir com o Taques e com o presidente do TCE Waldir Teis, Silval garantiu ainda que não teme ser preso.

Por conta das irregularidades encontradas,  o governador Pedro Taques decidiu encaminhar o relatório produzido aos Ministérios Públicos Estadual e Federal, Ministério Público de Contas, Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Assembleia, Caixa Econômica Federal e Ministério da Fazenda.

Documentos
No relatório de trabalho, a CGE encontrou o Ofício n° 2187/2013 da Caixa Econômica Federal, datado em 31 de junho de 2013 e endereçado ao então governador. No documento, a financiadora demonstra que estava preocupada com o andamento da obra, que naquele momento já estava com um atraso preocupante. O alerta do banco financiador do projeto foi feito um ano após o início da construção do VLT.

O mesmo ofício sugere um “plano de ataque” visando a entrega da obra na data em que foi acordada inicialmente, ou seja, junho de 2014, mês em que tiveram início os jogos da Copa do Mundo. Entretanto, apesar do alerta feito pela Caixa, a gestão passada não tomou nenhuma atitude de punição ao consórcio VLT Cuiabá Várzea Grande. Pelo contrário, Silval Barbosa e Maurício continuaram autorizando repasses à construtora.

Alguns desses repasses foram feitos até mesmo na forma de adiantamento, como no caso dos recursos pagos pelos trens que ainda estavam em fase de fabricação na Espanha. O relatório do consórcio gerenciador mostra que os adiantamentos começaram logo no início das obras. Isso porque em abril um levantamento apontou que 84% do que foi pago até ali se referiam a adiantamento e apenas 16% por serviços realmente efetuados.


As obras do VLT estão paradas desde dezembro de 2014, quando a antiga gestão do Estado não realizou os pagamentos solicitados pelo consórcio construtor, que optou pela paralisação. O atraso é uma das preocupações do governador Pedro Taques, tendo em vista que a obra já apresenta atraso de 18 meses e ainda não foi apresentado ao Estado um cronograma factível para execução. A divulgação do relatório atende à determinação de Taques de transparência e publicidade das ações de governo. (Com Assessoria)

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