Os desdobramentos da megaoperação Terra Prometida, deflagrada pela
Polícia Federal por ordem da Justiça Federal no dia 27 de novembro de 2014 e
que investiga prejuízos aos cofres públicos estimados da ordem de R$ 1 bilhão e
que levou políticos, empresários e agricultores para a cadeia, bate as portas
do suplente de deputado estadual, Valdir Mendes Barranco (PT), que tenta
viabilizar sua candidatura através da validação do registro de sua candidatura
impugnado a pedido do Ministério Público Eleitoral, junto ao Tribunal Superior
Eleitoral.
O Diário teve acesso a três declarações de agricultores detidos
durante as investigações da Operação Terra Prometida que só foi deflagrada
graças à cooperação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), do qual Valdir Barranco foi superintendente em Mato Grosso.
Valdir Barranco já não era superintendente do Incra quando da
Operação e os problemas de inelegibilidade na eleição de 2014 são por entender
o Ministério Público Eleitoral, estar o mesmo na condição de Ficha Suja,
decorrente de sua gestão enquanto prefeito de Nova Bandeirantes, município do
extremo Norte de Mato Grosso, a 1.020 Km de Cuiabá.
Depois de ter problemas com suas contas que acabaram sendo
rejeitadas pela Câmara Municipal, decisão revogada mais tarde pelos próprios
vereadores que foram acusados de extorsão contra o ex-prefeito, Barranco se
tornou superintendente do Incra em Mato Grosso e mais recentemente candidato a
deputado estadual com registro indeferido. As decisões do TSE são em parte
favoráveis a Barranco que já tem três votos a seu favor contra um.
Nas declarações de Lírio Lopes, Gentil Piana e Osmar Versari,
foram presos na megaoperação, que emitiu 222 mandados judiciais em quatro
Estados, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Eles foram
acusados de estelionato, crime ambiental, formação de quadrilha e falsificação
de documentos do Incra.
Nas declarações, os agricultores negam qualquer participação em
crimes ou irregularidades e apontam terem sido induzidos por José Ferreira da
Silva, ex-presidente do Sindicato dos Sem Terras de Tapurah, Dirceu Luiz
Capelesso e Antônio Fonseca, que supostamente trabalharam na campanha eleitoral
de Valdir Barranco, e teriam prometido lotes de terra do programa de reforma agrária.
Todos confirmaram a promessa de regularização dos lotes que já
haviam sido doados pelo Incra, mas sem a posse definitiva, além de novas
propriedade, caso o então candidato fosse eleito.
O ex-superintendente do Incra, Valdir Barranco, Dirceu Luiz
Capelesso e Antônio Fonseca, apontados nas declarações foram procurados através
de ligações telefônicas mas não retornaram as mesmas para a reportagem do
Diário de Cuiabá. Diário de Cuiabá
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