JULIA BORBA
Da Folhapress – Brasília
A tarifa de energia elétrica de todos os brasileiros aumentará em
média 23,4% a partir desta segunda-feira. Nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, esse percentual médio chega a 28,7%. Enquanto no Norte e
Nordeste, o aumento médio será de 5,5%. Para os consumidores da Eletropaulo,
por exemplo, o aumento será de 31,9%.
A grande diferença entre os aumentos médios de uma região para
outra se dá por dois motivos: o primeiro é a proteção legal que veda uma
divisão igualitária dos gastos anuais do setor elétrico pelas regiões do país,
fazendo com que a participação do Norte e Nordeste sejam menores.
Além disso, recaem sobre os consumidores do Sul, Sudeste e
Centro-Oeste os custos altos da compra da energia de Itaipu, que sofreu aumento
de 46%. Como apenas essas regiões fazem uso dessa energia, só elas pagam por
estes gastos maiores.
MAIS AUMENTO
Além deste aumento, o consumidor também terá de arcar com a
bandeira tarifária mais cara. Esse sistema é o responsável por passar
mensalmente o custo elevado das usinas térmicas para o consumidor.
Em decisão, também tomada na sexta-feira, foi aprovado um aumento
de 83% sobre o valor vigente para a bandeira vermelha. Pela regra, o acréscimo
mensal passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos.
Esse será o novo valor teto, ou seja, o máximo que pode ser
aplicado ao mês e que representa momento de elevado custo para compra de
energia em todo setor. No mês de março, assim como em janeiro e fevereiro, a
bandeira aplicada será a vermelha.
Para a bandeira tarifária amarela - quando gastos com usinas
térmicas estão fora do padrão, mas não extremamente elevados -, o preço vai
passar de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos para R$ 2,50. Um aumento de 66,7%.
Só não há elevação de preços quando a bandeira for verde,
indicando poucos gastos extraordinários no setor, o que deve ocorrer apenas
quando forem normalizados os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
SEM AUMENTO
Das maiores distribuidoras do país, apenas Ampla não sofrerá
aumento extraordinário. Isso ocorrerá porque a empresa já tem agendado para 15
de março o seu processo regular de reajuste de tarifas, quando então serão
considerados todos os custos adicionais de uma só vez.
Já a CEA (AP) não solicitou revisão extraordinária. Desta forma, o
aumento para seus consumidores será considerado também de uma só vez no momento
de sua revisão ordinária, agendada para 30 de novembro.
Já a Amazonas Energia (AM), Boa Vista Energia (RR) e CERR (RR) não
passarão pelo reajuste extraordinário porque não participam do rateio das
contas do setor elétrico. Essas empresas não fazem parte do Sistema Interligado
Nacional.
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