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OPERAÇÃO "GRENÁ": Policia cumpre 267 ordens judiciais contra o "Comando Vermelho"

ADILSON ROSA

A Polícia Civil cumpre, na manhã desta terça-feira (17), 28 mandados de prisão, 35 de busca e apreensão e 204 interrogatórios em diversas prisões, num total de 267 ordens judiciais, durante a segunda parte da Operação Grená, desencadeada para combater o crime organizado dentro dos presídios.

O alvo é a facção criminosa denominada "Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT)”, que ordena diversos crimes de dentro de presídios do Estado.

As investigações apontam o latrocida Sandro da Silva Rabelo, o "Sandro Louco", como chefe do esquema, que envolve presos acusados de diversos crimes.


Segundo o delegado Flávio Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), as ordens judiciais proíbem os investigados de uma série de situações, como o uso de telefones e aplicativos como whatsapp, comparecimento periódico em juízo, recolhimento domiciliar no período noturno, manter endereço atualizado, entre outras.

Os mandados de prisão são cumpridos contra 12 pessoas em liberdade, sendo 11 em Cuiabá e 1 Várzea Grande, e dentro de unidades prisionais.

São 11 detentos da Penitenciária Central do Estado, três na Cadeia Publica do Carumbé, além de uma no Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul, e 1 no Sistema Penitenciário de Minas Gerais, com prisão preventiva decretadas.

As buscas aconteceram em 35 pontos de Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres.

O delegado acrescentou que outros 204 pessoas, sendo 127 detentos, serão interrogadas dentro de unidades prisionais de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Mirassol D'Oeste, e 77 pessoas em liberdade serão conduzidas à delegacias da Polícia Judiciária Civil e também interrogadas.

“São membros da facção com residências Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Vera, Tangará da Serra e Cáceres. Todos os 204 investigados, dentro e fora da prisão, terão medidas cautelares restritivas cumpridas”, destacou.

Ele observou que os suspeitos com ordens judiciais decretadas pela Vara Especializada do Crime Organizado são pessoas "batizadas" pela organização criminosa CV-MT e constam como filiados em ficha cadastral elaborada pela facção de seus membros.

Conforme o delegado, a identificação dos membros ocorreu na continuidade das investigações conduzidas pela GCCO, que apura o envolvimento da facção em crimes já identificados como o tráfico de drogas, roubos, furtos, estelionatos, apologia ao crime, homicídios, latrocínio e explosões de caixas eletrônicos na região metropolitana de Mato Grosso e no interior do Estado.

Stringueta assinalou que adesão em uma facção criminosa deixa clara a intenção de obter "vantagem de qualquer natureza", seja simplesmente para se beneficiar de proteção e/ou tratamento diferenciado entre os presos dentro do Sistema Prisional.

"Isso já seria motivo suficiente para superarmos mais esse requisito e amoldarmos o CV-MT como 'organização criminosa', segundo os ditames da lei 12.850/2013, que trata do crime organizado", disse.

Segurança máxima

Na primeira fase da Operação Grená, deflagrada no dia 30 de abril de 2014, a Justiça decretou 41 mandados de prisão contra integrantes e colaboradores da facção criminosa. A operação ainda realizou buscas em 12 endereços de pessoas ligadas à organização criminosa.

Na ocasião, sete membros da facção chegaram a ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima, de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, mas em fevereiro de 2015 retornaram para presídios de Mato Grosso.

O Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT) foi criado no início de 2013, dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). A facção foi idealizada pelo detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido também por “Sandro Louco”, considerado um dos organizadores da facção mato-grossense, juntamente com mais quatro detentos.

O CV-MT visando à expansão da facção criminosa estabeleceu duas principais ações iniciais importantes, a primeira dela foi à criação de um “Conselho” denominado “Conselho do Estado” ou “Conselho Final”, compostos por reeducando do mais alto nível de conhecimento sobre as regras do estatuto. Na estrutura do “Conselho Final” há os cargos de presidente, do vice-presidente, do porta-voz e do tesoureiro.

A segunda ação tida como crucial para o desenvolvimento da facção foi fixar autonomia em relação ao Comando Vermelho o Rio de Janeiro, não tendo que prestar contas das atividades ao comando nacional e nem efetuar pagamentos mensais. No entanto, existe uma aliança entre as duas facções.

O CV-MT conta com membros em diversas unidades prisionais no Estado de Mato Grosso, especificamente em Raios e Alas reservados aos reeducandos mais perigosos. A facção mantém controle sobre seus membros e os atualiza quanto às decisões tomadas pelo comando da facção.

Dois pendrives contendo informações cadastrais apreendidos na primeira fase da operação Grená, levou a Polícia Judiciária Civil a identificar 311 membros da facção criminosa fixados em várias partes do Estado de Mato Grosso.

"As vantagens verificadas pela investigação vão além do interesse econômico, pois a filiação à facção lhes garante benesses como assistência jurídica de advogados e proteção à família dos presos que se filiam, não somente moral e assistencial, mas também financeiro", destacou o delegado Flávio Henrique Stringueta.

O balanço dos números da operação será apresentado em entrevista coletiva, às 14h30, pelo secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, na sala multiuso da Secretaria de Estado de Segurança Pública.


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