LUCAS RODRIGUES
DO MIDIAJUR
O bilionário Werner Rydl, que está na sede da PF em Cuiabá |
O bilionário austríaco Werner Rydl foi preso em flagrante por
agentes da Polícia Federal no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande,
portando uma barra de ouro na mala.
A prisão ocorreu na tarde desta sexta-feira (27). Ele está detido
na Superintendência da PF, em Cuiabá.
Veículos de imprensa da Europa já o classificaram como o
"inimigo público número 1 da Áustria".
Werner Rydl, que pretendia embarcar para Santarém (PA), é dono de
uma fortuna declarada de 120 toneladas de ouro, o equivalente a R$ 19 bilhões.
O transporte de ouro não declarado constitui crime de usurpação de
bens da união - e pode resultar em pena de 1 a 5 anos de prisão.
O advogado do bilionário, André Prieto, afirmou que ainda hoje irá
entrar com um pedido de liberdade na Justiça Federal de Cuiabá.
“O meu cliente preenche os requisitos para responder em liberdade,
pois não possui nenhuma condenação e tem como comprovar a origem do ouro”,
disse ao MidiaJur.
Conforme Prieto, o bilionário atualmente mora em Ponta do Mel, em
Pernambuco, mas já esteve várias vezes em Cuiabá, onde tem amigos e também
realiza negócios.
Escândalo na Áustria
O advogado André Prieto, que pedirá liberdade ao austríaco O
bilionário Werner Rydl é protagonista de um dos maiores escândalos de evasão
fiscal da história austríaca.
Nos anos 1990, ele conseguiu sonegar mais de 116 milhões de euros
em impostos.
Em 1995, Werner se mudou para uma vila de pescadores próxima a
Recife (PE). Se casou e conseguiu nacionalidade brasileira.
Aqui no país, começou a trabalhar com comércio de ouro e se tornou
o maior detentor individual de ouro do Brasil.
Dez anos depois, foi preso e transferido ao Presídio da Papuda, em
Brasília, onde permaneceu até 2009, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) o
deportou de volta à Áustria.
Werner Rydl então foi julgado pelos tribunais austríacos, mas como
a maioria dos crimes já tinha prescrito, cumpriu pena de três meses e voltou ao
Brasil, em 2013.
No entanto, ele só foi reconhecido como cidadão brasileiro em 3 de
fevereiro deste ano. Nesta data, o ministro da Justiça Eduardo Cardozo revogou
a portaria que o havia expulsado do país.
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