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Estudante, exemplo de superação, morre de forma banal

O estudante Alcides do Nascimento Lins, de 22 anos, que cursava biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi morto a tiros na madrugada de sábado em frente à casa onde morava, em Recife.

Aluno de escola pública, filho de uma vendedora ambulante, Alcides foi o primeiro colocado da rede pública no vestibular da Universidade Federal de Pernambuco em 2007.

A história de superação do rapaz foi contada pelo "Fantástico", da TV Globo, numa reportagem que tinha a felicidade como tema.Alcides aparecia ao lado da mãe, Maria Luiza do Nascimento. E, perguntado sobre o assunto, dizia: "A felicidade é o objetivo alcançado a serviço da humanidade, a serviço do bem".

Alcides estava na porta de casa quando, segundo testemunhas, teria sido abordado por dois homens que estariam à procura de outra pessoa. Um dos bandidos teria, então, disparado contra o estudante. Atingido por dois tiros na cabeça, Alcides ainda foi socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

O corpo do rapaz foi sepultado na manhã de ontem no Cemitério de Santo Amaro. Alcides estudou em escola pública a vida toda e morava numa comunidade carente, mas superou as dificuldades e passou no vestibular de um curso concorrido (biomedicina) da instituição federal. — Eu sempre conversava com ele e pensava: esse vai ser um cara de futuro, vai entrar para a História.

E de repente ele tem a vida interrompida por marginais, por pessoas que nem ao certo sabiam a pessoa grandiosa que ele era — disse a mãe de Alcides, após o crime.

Na época em que o filho foi aprovado no vestibular, Maria Luiza lembrou das dificuldades por que passou para garantir que ele tivesse boa educação. "Ele vai ser médico, quer ser cardiologista", ela disse à reportagem do "Fantástico", em 2007.

"Eu sustentei meus filhos com a carroça, porque não queria que eles ficassem como hoje em dia eu vivo", afirmou Maria Luiza. * Extraído do Blog do Ricardo Noblat

Nota do Blog - Essa não é apenas mais uma história de final infeliz, para quem nasceu nas bordas da sociedade. É o fim de uma biografia fugaz e particularmente especial.

Mas ao mesmo tempo, a imolação desse jovem tem valor simbológico, pela força de uma mãe exemplar, que pobre e em tese ignorante, prova ser possível vencer e superar tudo em contrário, sem cair na tentação do atalho, das facilidades.

Dona Maria Luíza poderia ser mais um "avião" do tráfico, outra prostituta a justificar seu trabalho com a situação famélica dos filhos.

Fez diferente: trabalhou naquilo que podia, com todas as forças.

Alcides parte cedo, entretanto deixa fecundado o bom exemplo. Não por acaso, seu prenome significa "homem forte" em grego. Carlos Santos

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