O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, fundador do PSD, vai começar a entender, a partir da semana que vem, que não existe almoço grátis na política. Nada menos que oito partidos – do DEM ao PMDB, passando por PSDB, PTB, PP, PR, PMN e PPS – pretendem entrar com ações questionando o direito de a nova legenda ter tempo de propaganda no horário gratuito em cadeia de rádio e televisão. A tática é fazer uma guerra de guerrilha. Cada um dos partidos vai questionar, separadamente, o pedido pessedista feito ao Tribunal Superior Eleitoral. A ideia é atrasar a tramitação da ação até que não dê mais tempo para o PSD fazer a sua propaganda antes do início do programa eleitoral gratuito das campanhas para prefeitos.
Os partidos que se opõem ao PSD – todos eles perderam parlamentares para a nova legenda – querem que a legenda sofra também no bolso. Vão questionar o pedido de participação que os pessedistas fizeram no Fundo Partidário. A alegação é de que a divisão deve ser feita com base nas bancadas que saíram das eleições de 2010. Como o PSD não existia, não seria possível refazer a conta com base no número de deputados que ele arregimentou. É briga boa para a Justiça Eleitoral arbitrar.
Enquanto no Congresso os ataques a Kassab e seu PSD são combinados, em São Paulo o partido continua acendendo uma vela a Deus – a candidatura de Fernando Haddad, do PT – e outra ao diabo – a possibilidade de José Serra (PSDB) entrar na briga. Nesse caso, Kassab iria de mãos dadas com o tucano, embora estrategicamente para ele e o futuro de seu PSD fosse melhor abraçar um candidato petista e ganhar as bênçãos do Palácio do Planalto. Nem que fosse para Kassab garantir um ministério ele mesmo durante os dois anos em que ficará sem a prefeitura e à espera de ser candidato ao governo de São Paulo.
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