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Perícia revela indícios de “Caixa 2” na campanha de Walace, prefeito de Várzea Grande

LUCAS RODRIGUES
DO MIDIAJUR

Perícia detectou movimentações consideradas milionárias
entre apoiadores de Walace, incluindo o
secretário Mauro Sabatini (detalhe)
Uma perícia realizada pela empresa de auditoria Suporte Empresarial, de Cuiabá, a pedido do partido Democratas (DEM), sobre a movimentação financeira da campanha do prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), e de seu vice Wilton Pereira (PR), concluiu que os doadores de campanha, fornecedores de produtos/serviços e aliados do peemedebista movimentaram mais de R$ 1,2 milhão entre si, durante o período eleitoral.

Os valores mais vultosos foram transferidos por Mauro Sabatini Filho, que, após a vitória de Walace, foi nomeado secretário de Finanças de Várzea Grande.

A perícia foi contratada pelo Partido Democratas (DEM), que teve Lucimar de Campos como candidata à Prefeitura, nas eleições de 2012.


Conforme a perícia, que também utilizou dados obtidos com a quebra de sigilo bancário determinada pela Justiça, Mauro Sabatini transferiu pouco mais de R$ 517 mil para empresas que prestaram serviços a Walace, além de ter realizado transferências bancárias com o irmão do prefeito, o médico Josias Guimarães.

O montante movimentado não foi declarado à Justiça Eleitoral, o que configura, em tese, a prática de Caixa 2.

Transações

A empresa de Mauro Sabatini - a M. Sabatini Filho e Cia Ltda. - destinou valores a diversas empresas que participaram do processo eleitoral, entre elas a Nosso Posto Combustível e Lubrificantes Ltda., que doou R$ 34 mil em combustível ao então candidato Walace Guimarães.

Entre agosto e setembro de 2012, o posto recebeu R$ 68 mil de Mauro Sabatini, por meio de dois cheques e uma transferência. No entanto, a empresa declarou formalmente que não prestou qualquer tipo de serviço ao secretário.



Outra movimentação de Mauro Sabatini não declarada à Justiça Eleitoral foi o recebimento de dois cheques, de R$ 30 mil cada, do médico Josias Guimarães, em agosto e setembro de 2012. Um mês depois, Sabatini depositou um cheque de R$ 50 mil na conta de Josias.

Mauro Sabatini também transferiu, durante a campanha, outros R$ 260 mil à gráfica E G P da Silva ME, que declarou ter prestado R$ 68 mil em serviços para Walace Guimarães.

A gráfica pertence a Evandro Gustavo Pontes da Silva, que foi coordenador da campanha de Walace e ex-presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) do município.

Apesar de ter recebido R$ 260 mil de Mauro Sabatini, a gráfica de Evandro Gustavo declarou ter prestado apenas R$ 24 mil em serviços ao então candidato.



No relatório, a empresa que realizou a perícia concluiu “pela existência de vultosa movimentação financeira entre os fornecedores da campanha eleitoral dos Srs. Walace Santos Guimarães e Wilton Coelho, e as empresas dos Srs. Evandro Gustavo Pontes da Silva e Mauro Sabatini Filho, bem como com o Sr. Josias Santos Guimarães”.

Provas

A perícia será juntada à ação de investigação eleitoral contra Walace, que tramita na 58ª Zona Eleitoral de Várzea Grande e está sob a responsabilidade do juiz José Leite Lindote.

Na ação, o DEM alega que o fato de os envolvidos na campanha política de Walace, posteriormente, terem ganhado cargos no núcleo institucional da prefeitura e/ou firmado contratos envolvendo vultosas quantias de dinheiro seria um fator que comprovaria o abuso de poder econômico.

Quanto ao Caixa 2, são imputados a Walace supostos gastos irregulares feitos, antes que a conta de campanha fosse aberta.

O DEM o acusa de fraudar a prestação de contas dos gastos com combustível e transporte, levando em conta o valor gasto (R$ 56 mil) com a quantidade da frota utilizada (50 veículos emprestados, 33 alugados e 18 colocados à disposição), o que daria um consumo diário pouco maior que R$ 8,00 por veículo.

Outra ilegalidade estaria nos gastos com o material audiovisual dada campanha à Prefeitura de Várzea Grande, em 2012.


O laudo pericial concluiu que o valor de mercado dos gatos estaria em R$ 424 mil, enquanto o prefeito declarou ter gastado pouco mais de R$ 72 mil.

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