ADILSON ROSA
O delegado João Biffe disse que o acusado ofereceu R$ 500 mil para não preso |
Policiais civis apreenderam R$ 3,2 milhões – distribuídos em três
sacos -, que estavam escondidos na carroceria de uma picape Hilux, dirigida
pelo motorista José Silvano Melo.
A apreensão ocorreu na cidade de Canarana (823 km a Nordeste de
Cuiabá), após uma denúncia anônima.
O delegado João Biffe Júnior, que comandou a operação, disse que,
durante a prisão, o homem, que é investigado por tráfico de entorpecentes, lhe
ofereceu R$ 500 mil para ser liberado.
O dinheiro estava escondido na carroceria da caminhonete, embaixo
de esterco, cerâmicas, madeiras e alimentos.
Quando os policiais descobriram o dinheiro, Melo teria dito:
"É real. Deixe isso aí e vamos conversar".
Ao ser questionado sobre o tipo de conversa, ele voltou a falar
aos policiais para deixarem os sacos na caminhonete e que não dissesse nada a
ninguém, pois poderia dar uma "ajuda".
Na delegacia, segundo as informações, ele voltou a oferecer
dinheiro, um total R$ 500 mil - só que, desta vez, ao delegado.
No entendimento de João Biffe Júnior, o dinheiro apreendido pode
estar ligado ao tráfico de entorpecentes, levando em conta os antecedentes do
supeito.
Segundo ele, José Silvano Melo é investigado pelo Denarc de Recife
por suspeita tráfico internacional de drogas, no Estado de Pernambuco.
No ano passado, ele foi preso na cidade de Recife com o volume de
R$ 940 mil e teria oferecido R$ 200 mil à Polícia para não ser preso.
O delegado destacou que o oferecimento de propina foi registrado
em vídeo e será usado como prova no inquérito policial.
Divulgação/Polícia Civil
O dinheiro estava em três sacos, escondidos numa picape Hilux
Segundo ele, o suspeito não apresentou qualquer documentação da
origem do dinheiro, apreendido pela Polícia Civil e depositado em conta da
Justiça, vinculado ao auto de prisão em flagrante.
"Ele confessou que enterrava tais valores por questões de
segurança", disse o delegado.
"Cidadão de bem"
Na delegacia, José Silvano Melo disse que era "cidadão de
bem", proprietário de fazendas na região, além de comprador de gado.
No entanto, conforme a Polícia descobriu, ele fez a declaração de
Imposto de Renda como isento.
"É uma situação incompatível com os valores apreendidos, pois
não encontramos nenhuma propriedade em seu nome e nenhum documento de compra ou
venda de gado", disse João Biffe.
Há meses, o acusado era monitorado pela Polícia Judiciária Civil,
por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.
Durante as investigações, os policiais constataram que era de
costume Silvano chegar em Canarana, geralmente, no final da tarde, permanecendo
hospedado num dos hotéis da cidade até o anoitecer, quando então deixava a cidade.
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