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Números não batem e secretários de Taques são intimados a dar explicações à AL

Balanço revela que Estado está redondo, com R$ 1,5 bi em caixa, e que os restos a pagar chegariam a R$ 201 mi e não aos R$ 700 mi

Romilson Dourado
Os números do governo do Estado não estão batendo. Antes mesmo de sentar na cadeira de governador, na fase de transição, Pedro Taques vendeu um cenário de caos. Assim que tomou assento no Palácio Paiaguás, confirmou o descontrole das finanças. Escancarou os dados. Suspendeu pagamentos. Determinou devassa geral. Desligou várias peças da máquina estatal. O Estado passou a se preocupar mais em "engordar" o caixa.

Em janeiro, o governador dizia que o déficit orçamentário batia a casa de R$ 1,7 bilhão. E ainda tinha que se virar com mais R$ 8 bilhões em passivos, dívidas financiadas para obras da Copa e empurradas pela gestão Silval Barbosa para serem honradas a partir deste ano.

Eis que um balanço geral publicado pelo governo no último dia 2 revela que o Estado, que trabalha com orçamento de R$ 13 bilhões para este ano, está superavitário. Possui em caixa cerca de R$ 1,5 bilhão. Aliás, ao invés dos R$ 84 mil deixados por Silval, como se falou na chegada de Taques ao poder, em janeiro teria R$ 1,4 bilhão. E depois mais R$ 84 milhões, que foram extornados, principalmente das empreiteiras.

Na prática, significa que está redondo, redondíssimo. Mas, para o governo, está quebrado.

Alguns deputados querem tirar a prova dos nove, assim como se ensinava na escola há algumas décadas, antes da popularização das máquinas de calcular, para testar se os cálculos com números inteiros não continuam erros.

Eles estão aproveitando o projeto de lei propondo o tal Leilão Reverso e compensação de créditos inscritos na dívida ativa para pagamento de contas de gestões passadas para saber qual é a realidade financeira. Uns acham que os números estão inflados. Foram essas dúvidas que não permitiram aprovação, em regime de urgência, urgentíssima, da mensagem que chegou à Assembleia nesta terça. Após acordo, os deputados aprovaram-na em primeira votação e ficou combinado que, antes da segunda, tudo ficará esclarecido.

Ao invés de R$ 700 milhões, dívidas do governo que entrariam nas regras do leilão reverso, seriam de R$ 201 milhões, sendo R$ 176 milhões acumulados de 2014 e quase R$ 30 milhões de 2013 para trás. A outra maior fatia (R$ 570 milhões) de restos a pagar referem-se a processos licitatórios, ou seja, de serviços ainda não executados e que podem ser anulados.

O secretário Paulo Brustolin (Fazenda) será convocado a dar explicações. Deve ir à Assembleia na próxima terça (14) traduzir os números reais. Não pode haver maquiagem, sob pena até do Legislativo reagir contra e apresentar emenda para revogar o Decreto 53, assinado por Taques em 1º de Abril, Dia da Mentira. No dia seguinte, na quarta (15), com o mesmo propósito, Marco Marrafon (Planejamento) pisará os pés na reunião do Colégio de Líderes.


Quem diria! Alguns deputados, mesmo timidamente, estão dando o primeiro tranco no governo.

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