Luiz Henrique da Silveira
(PMDB-SC) é acusado de cometer crime contra a administração pública por ter
ajudado paciente a obter uma cirurgia no aparelho digestivo sem entrar na lista
de espera
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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF),
autorizou a abertura de um inquérito para apurar se o senador Luiz Henrique da
Silveira (PMDB-SC) cometeu crime contra a administração pública. De acordo com
investigação iniciada pelo Ministério Público de Santa Catarina, a paciente
Renata Gonçalves teria conseguido obter uma cirurgia no aparelho digestivo sem
entrar na lista de espera graças à ajuda do senador. Silveira foi governador de
Santa Catarina por dois mandatos (entre 2003 e 2010), além de ter ocupado os
cargos de deputado federal e prefeito de Joinville.
Como Silveira tem foro no STF, o caso foi levado ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que encaminhou um pedido de
abertura de inquérito à Corte no fim de janeiro. O caso foi distribuído ao
ministro Dias Toffoli, que aceitou abrir inquérito contra o senador semana
passada e autorizou as diligências solicitadas pela Procuradoria Geral da
República. Esta semana, o STF enviou o material para que a Polícia Federal
possa executar as diligências solicitadas. Por ter cometido crimes contra a
administração pública, se condenado, Silveira poderá ser enquadrado na Lei da
Ficha Limpa, tornando-se inelegível.
De acordo com as investigações, a paciente Renata Gonçalves teria
conseguido obter vantagem na fila de espera do SUS por auxílio da Secretaria de
Saúde do Município de Araranguá, no sul de Santa Catarina. A paciente teria
sido ajudada por trabalhar com Evaldo Bussolo Stopassoli, dono de uma rádio
local, a Araranguá AM 1290. Junto ao inquérito, o Ministério Público Federal
apresentou uma cópia de um CD que contém uma gravação de Stopassoli dizendo que
conseguiu consulta para Renata por ajuda do senador.
Procurado, o senador informou por meio de sua assessoria que não
foi informado pelo STF. "Certamente é uma denúncia vazia de alguém mal
intencionado, movido, ou por inimizade, ou por motivação política. Essa
acusação é absurda. Tão logo seja notificado, processarei imediatamente aqueles
que levaram ao Ministério Público essa calúnia", disse o senador, que
questionou ainda o fato de a imprensa tomar conhecimento da abertura de
inquérito antes de ele ser oficialmente comunicado.
Junto ao pedido de abertura de inquérito, Toffoli autorizou que a
PF realizasse a oitiva das pessoas ligadas ao caso, como a secretaria de saúde
de Araranguá, a paciente e o dono da rádio. O procurador-geral pediu ainda que
seja coletados dados do hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis, onde
Renata realizou a cirurgia.
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